Carcinoma Espinocelular do Colo Uterino: O que é, como evolui e por que o rastreamento é vital

O câncer do colo do útero ainda é uma das principais causas de mortalidade entre mulheres, especialmente em regiões com menor acesso à saúde preventiva. Dentre os tipos histológicos, o carcinoma espinocelular (CEC) — também conhecido como carcinoma escamoso — é o mais comum, representando cerca de 70 a 80% dos casos.

Esse tipo de câncer se origina nas células escamosas da ectocérvice, geralmente na chamada junção escamocolunar, onde o epitélio escamoso encontra o glandular. Essa região é altamente suscetível à infecção pelos tipos oncogênicos do HPV, principalmente o HPV 16 e 18, responsáveis pela maioria dos casos de câncer cervical.

Aspectos histológicos do CEC

O carcinoma espinocelular pode apresentar diferentes graus de diferenciação, que influenciam seu comportamento biológico e resposta ao tratamento:

1. CEC bem diferenciado
  • Presença de pontes intercelulares visíveis.

  • Produção intensa de ceratina, muitas vezes formando pérolas córneas.

  • Estrutura epitelial parcialmente preservada, com estratificação evidente.

2. CEC moderadamente diferenciado
  • Redução na produção de ceratina.

  • Células com maior pleomorfismo e desorganização.

  • Ainda é possível reconhecer características escamosas.

3. CEC pouco diferenciado
  • Ausência clara de diferenciação escamosa.

  • Altíssimo grau de atipia nuclear, com mitoses frequentes e atípicas.

  • Pode simular outros tipos de carcinoma ou até neoplasias indiferenciadas.

Como evolui o carcinoma do colo uterino?

O desenvolvimento do CEC geralmente segue uma sequência progressiva e rastreável, o que reforça a importância do diagnóstico precoce:

  1. Infecção pelo HPV oncogênico
    A maioria das infecções regride espontaneamente, mas em alguns casos, o vírus persiste e inicia alterações celulares.

  2. Lesões intraepiteliais escamosas (LIE)

  • LSIL (baixo grau): alterações leves, com tendência à regressão espontânea.

  • HSIL (alto grau): alterações mais severas, com alto risco de evolução para câncer invasivo.

    3. Carcinoma in situ
    Lesão restrita ao epitélio, sem ultrapassar a membrana basal. Ainda é considerada pré-invasiva.

          4. Carcinoma invasivo
       Com a invasão do estroma cervical, o tumor pode atingir estruturas vizinhas como vagina, bexiga, reto, paramétrios, além de se disseminar para linfonodos e, em estágios avançados, por via hematogênica para fígado, pulmões e ossos.

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